sábado, 22 de outubro de 2016

Vertentes de Gestão Pedagógica-Didáctica, Gestão Administrativa financeira e Gestão funcional e dos espaços



                                                                                                                                  Autores 


                                                                                 Ortencia J. MUFUME 

                                                                                                   & 

                                                                                   Rajabo C. B. MALUA


Introdução

O presente trabalho, trata dos aspectos relativos a Gestão Escolar no que concerne as vertentes: de Gestão Pedagógica-Didáctica, gestão Administrativa financeira e Gestão funcional e dos espaços. Entendemos aqui, que a escola, sendo uma instituição pública vai ser gerida pelos seus membros, a saber, professores, alunos, funcionários, pais ou encarregados de educação. Assim, ela representa um sistema complexo de relações que necessita de uma administração e gestão eficazes. Na sala de aulas onde a autoridade administrativa, pedagógica e social está nas mãos do professor é em si, um complexo de relações. A relação professor-aluno, aluno-aluno é um sistema que necessita de uma boa gestão, pois é nela em que se interagem os elementos de colectividade. Nas relações normais de convivência, de quando em vez, se verificam conflitos, rupturas, discórdias desentendimentos que necessitam de uma boa gestão para um convívio sã entre os membros da colectividade. Isto significa que o professor, além de gerir relações normais entre pessoas, tem que ter a membros da colectividade. O trabalho procura trazer a tona conhecimentos do tema exposto e espera-se que atinja os objectivos esperados pelo docente da cadeira e a comunidade académica da turma.



Objectivos

Geral
Ø  Conhecer as vertentes da Gestão escolar.
Específicos
Ø  Identificar as Vertentes da Gestão Escolar;
Ø  Enumerar as Vertentes da Gestão Escolar, e;
Ø  Caracterizar as Vertentes de Gestão Escolar.
Para a realização deste trabalho foram usados os métodos de pesquisa bibliográficas de referências bibliográficas que versam sobre o assunto em questão sendo as obras de maior relevo a de AMARAL C. “Funções Administrativas, Pedagógicas e Sociais do director da escola. São Paulo, 2005; de BRITO, C. Gestão escolar participativa – Na Escola todos somos gestores. 3ª Edição. Lisboa Porto Editora, 1994 e REIS, G.G. Da Experiência ao aprendizado a prática reflectiva como recurso no processo de coaching de executivos. AMPAD, Rio de Janeiro/RJ-2007; e consulta de alguns sites através do uso da internet cujas referencias estão citadas no final deste trabalho. E ainda, para tornar meio familiar, o trabalho começa por definir os termos achados pela autora como relevantes de descriminar para de forma a deixar claro os aspectos aqui tratados.



1.      As  Vertente de Gestão Escolar

1.1  Conceitos  

Vertente
Para este trabalho, vertente é um termo empregado no sentido figurado, que se refere a uma determinada perspectiva, a um dos lados de um determinado tema, caso especifico neste trabalho, que é a vertente de gestão escolar. www.significado.com.br. Acessado no dia 05.05.2016.

Gestão
Segundo Teixeira (1998:3), Gestão é o processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com o esforço dos outros”. O mesmo subdivide a gestão em quatro funções essenciais e interligadas: o planeamento, a organização, a direcção e o controlo.
Gestão é o estabelecimento de objectivos e metas de carácter táctico e de curto prazo (um dia/ um ano) tendo em conta os recursos disponíveis de maneira a obter o melhor resultado.

Para Bertrand e Guillemet (1988), Gestão é definida como o conjunto das decisões que são precisas tomar nas relações dinâmicas entre uma organização e o seu meio.

Vertentes de Gestão escolar

Segundo Brito (1994), à Escola apresenta três vertentes fundamentais que coincidem com as principais áreas de gestão escolar, nomeadamente:
*      Gestão Pedagógico-Didáctica,
*      Gestão Administrativa e Financeira, e;
*      Gestão Funcional e dos espaços.
Todos os projectos da escola, actividades, servioos e orgãos deverão estar enquadrados nestas vertentes. Não raras vezes, os principais "actores” do processo educativo descuram da sua vocação e seu papel na escola, o que resulta, muitas vezes em situaçoes que levam a privilegiar algumas destas vertentes em detrimento de outras. Para o desenvolvimento equilibrado das três vertentes de gestão escolar é necessária uma visão holística. 

2.      A Vertente Pedagógico-Didáctica

As Funções Pedagógicas respondem pela viabilização do trabalho Pedagógico-Didáctico e por sua integração e articulação com os professores em função de qualidade de ensino.
Na escola, as funções pedagógicas estão relacionadas a actividades-fim, enquanto as administrativas estão relacionadas a actividades-meio, mas ambas estão impregnadas do carácter educativo formativo próprio das instituições educacionais. (ARMARAL, 2005).
No exercício da Gestão Pedagógica, cabe ao director realizar as seguintes funções:
a)      Diagnosticar problemas de ensino aprendizagem estimulando a adopção de medidas pedagógicas preventivas, a adequação de conteúdos, metodologias e práticas avaliativas nesta tarefa, o gestor não deverá tomar para si o papel de professor, porém tem responsabilidades sobre a questão e deve ter sempre em mão, relatórios que digam como está o desempenho de todos alunos da escola a fim de organizar o grupo para tomarem as medidas necessárias.
Esta função deve ser exercida juntamente com a coordenação pedagógica, porém nas escolas onde não existe esta figura, o director deve buscar o apoio directo dos professores. Para acompanhar a aprendizagem de todos alunos da escola, o director precisa ter relatórios organizados em forma de fichas, tabelas ou quadros, onde constem informações gerais sobre o desempenho das turmas. Juntamente com a coordenação pedagógica, deve acompanhar o processo de elaboração e execução do plano de ensino, uso de metodologias e procedimentos adequados á matéria e as condições de aprendizagem dos alunos, as práticas avaliativas, o relacionamento professor-aluno, a organização dos níveis escolares, os horários, a distribuição dos alunos por turma entre outras situações. Deve também acompanhar o desenvolvimento das acções educativas realizadas fora da sala de aulas que também estão direccionadas para a formação dos alunos
b)      Dar assistência pedagógica sistematizada aos professores:
Além de orientar a realização de diagnósticos da situação dos alunos, deve o director apoiar os professores através de desenvolvimento de um sistema de assistência pedagógico didáctica que forneça subsídios para a concepção, construção e administração de situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos e que ajude os professores a cumprir o programa de ensino, dando apoio para que eles consigam um melhor envolvimento dos alunos, sua participação activa, o desenvolvimento de habilidades, capacidades intelectuais e valores
c)      Desenvolver acções de formação continua:
A realidade é altamente dinâmica e mutável pelo que se tome necessário uma actualização constante. Trata-se do aprimoramento profissional do pessoal docente, técnico e administrativo, de preferência no próprio local de trabalho. A ideia de tomar a própria escola como local de formação profissional, deve-se ao facto de, por ser no contexto de trabalho, os professores e demais funcionários poderem construir suas práticas resultando em mudanças pessoais e profissionais. 
d) Uma das estratégias que tem trazido resultados positivos nos processos de formação no local de trabalho, é a prática reflexiva que se baseia na premissa de que a experiência no ambiente organizacional é, potencialmente, uma das principais formas de aprendizado e, por outro lado, na de que o exercício da reflexão, é estratégia que maximiza o aprendizado a partir da experiência (Reis, 2007).
Não existe consenso definitivo quanto ao conceito de"reflexão, porém a maioria dos autores convergem em tomo da ideia de que ela consiste no exame e questionamento de experiencias. Trata-se de uma reflexão que questiona pontos de vista pessoais e que tem um carácter emancipatório, transformador. Ainda segundo Dewey (1979), citado por Reis (2007), a prática reflexiva envolve um exame cuidadoso e questionador de conhecimentos, pressupostos e conclusões. 
O gestor escolar não deverá decidir sozinho o tipo de formação nem os conteúdos a serem desenvolvidos. Deve faze-lo em conjunto com profissionais baseando-se nas informações sobre as necessidades da escola. Se um levantamento feito na escola aponta que a conduta dos funcionários está marcada por desentendimentos ou descortesias entre eles mesmos ou entre funcionários e alunos, esta é uma evidência de que o tipo de curso que precisam é um que favoreça as relações humanas no trabalho. O director não precisa ser profundo conhecedor de temas pedagógicos para administrar pedagogicamente a escola. O que ele precisa é ter visão, ter clareza e firmeza de objectivos, inspirar o grupo escutar as ideias conhecer as necessidades e expectativas de alunos e professores e liderar as pessoas para fazerem o que lhes cabe de maneira mais eficiente e humana possível.
e) Organizar actividades que assegurem a relação entre a escola e a comunidade implica desenvolver acções que envolvam a escola e suas reacções externas, tais como os níveis os pais, as organizações políticas e comunitárias, a superiores de gestão do sistema escolar, cidade localidade e os equipamentos urbanos.
Ao desempenhar este papel, o director está buscando as possibilidades de cooperação e apoio oferecidas pelas diferentes instituições, que contribuem para o aprimoramento do trabalho da escola. O director deve favorecer a participação dos pais na gestão escolar mediante, mediante canais de participação bem definidos e estreitar o relacionamento especialmente no que se refere ao funcionamento pedagógico-curricular e didáctico da escola, á comunicação das avaliações dos alunos e a interpretação que delas se faz.
Fazem parte da gestão pedagógico-didáctica todas actividades, projectos, recursos, órgãos e serviços directamente relacionados com ensino e a educação. Geralmente na escola existem órgãos próprios com competências e atribuições de indole-didáctico-pedagógica. No entanto o acto educativo e o acto de aprender e ensinar não podem ser exclusivos deste ou daquele serviço ou órgão da escola. Nem a acção educativa ou momento de aprendizagem poderão ter hora marcada para concorrerem. Assim, numa escola, todos tem responsabilidades na área da educação e do ensino, perante o"cliente quer seja olhando apenas para o aluno quer seja para a sociedade como um todo.
Todos os intervenientes da escola são chamados a contribuir na elaboração do projecto educativo e plano anual da escola, que deve ser baseado nas carências, preocupações e anseios da escola. Se estas premissas forem pensadas e sentidas por todos os intervenientes do processo educativo (pais, alunos, professores e funcionários), o êxito da concretização desse projecto educativo e do plano anual de actividades será certo e seguro. O envolvimento de todos na inventariação de problemas e partilha de responsabilidades na sua resolução, é o único caminho viável para a criação duma dinâmica pedagógica rica e saudável. Para que este envolvimento seja efectivo, é necessário que sejam levados a reflectir e participar activamente

2.1 Apoio e potenciação dos actos pedagógicos

A partir do construtivismo pedagógico da transformação, poderíamos dizer que o acto pedagógico é um conjunto de acções, comportamento e relações que aparecem na interacção de um professor ou professores com os alunos médios sobre os componentes do processo educativo e uma intenção claramente definida. http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em 05.05.2016.

Acto Pedagógico é a arte de alcançar os alunos através de estratégias de aprendizagem.
Este processo, envolve a internalização do aluno a respeito de um corpo de conhecimento oferecido por um professor cuja cobertura da mídia é estabelecida pela heurística ou estratégias simples. O acto pedagógico resultando em aprendizagem significativa para o aluno. Idem: http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em 05.05.2016.

2.2 Funcionamento do sector pedagógico

O sector pedagógico é de vital importância para o sucesso da aprendizagem. De entre tantas atribuições, destacam-se:
Ø  Elaboração, controle e avaliação dos projectos pedagógicos, visando continuidade de acções e aprofundamento dos conteúdos para a boa formação académica;
Ø  Acompanhamento das tarefas e avaliações propostas pelos professores;
Ø  Atendimento dos pais nas duvidas em relação ao processo de ensino e aprendizagem, e;
Ø  Orientação direita do aluno. 
Em suma, tem a responsabilidade de coordenar, orientar, supervisionar e avaliar o desenvolvimento da actividade pedagógica e académica, mobilizando as unidades para oferecer uma educação de excelência, objectivando a formação integral das pessoas e compromisso social. Segundo o site: http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em 05.05.2016.

2.3 Órgão de gestão pedagógico e de apoio pedagógico e seu funcionamento

Os órgãos de gestão e apoio pedagógicos onde podemos destacar o conselho pedagógico, onde envolve a participação dos professores, pais e encarregados de educação e a comunidade na tomada de decisão para o funcionamento integro da instituição.    
a) Assembleia da Escola;
b. Conselho Directivo;
c. Conselho Pedagógica;
d. Conselho de Disciplina.

3. Vertente administrativa-financeira

O director escolar é o responsável pelo funcionamento administrativo e pedagógico da escola, portanto precisa de conhecimentos tanto administrativos quanto pedagógicos. A gestão financeira e administrativa compreende fundamentalmente a gestão de recursos humanos, materiais e financeiros. É importante salientar que na escola todas acções devem favorecer as actividades pedagógicas, sendo que nenhuma actividade-meio deve sobrepor a este rumo. Nas acções de cunho administrativo, estão incluídas as tarefas para dar o apoio necessário ao trabalho do professor em sala de aula. Envolvem as actividades-meio que asseguram o atendimento dos objectivos e funções da escola, são elas
a)      Compreender e aplicar a legislação escolar e as normas administrativas:
O Director deve terá sua disposição as leis e regulamentos oficiais relacionados com a escola. A correcta compreensão e aplicação da legislação escolar concorrem para um bom ambiente de trabalho pois orientam a acção do director na tomada de decisões para vários assuntos do dia-a-dia da escola. Por exemplo, evita que haja dualidade de critérios no julgamento de assuntos disciplinares. Do acervo existente, considera-se importante para o professor a consulta de documentos que lhe dizem respeito, como é o caso do estatuto do professor, regulamento interno da escola e outros.
No exercício desta função, o director da escola deve organizar momentos de divulga conteúdo desses documentos á equipa escolar e assegurar o seu cumprimento. O conhecimento e domínio do conteúdo dos documentos normativos, transmite a comunidade educativa, um sentido de identidade, uma vez que a sua actuação pressupõe uma base comum. Uma das vantagens da divulgação destes documentos é libertar o director da escola de uma série de rotinas administrativas, que pode m ser delegadas aos seus colaboradores directos, permitindo que eles se ocupe mais de assuntos de carácter estratégicos d vida da escola, como investir n diagnóstico, no planeamento e propor programas de avaliação institucional e a introdução de inovações.
b)      Gerir os recursos físicos, materiais didácticos e financeiros:
Envolve as acções de manutenções e conservação do edifício e suas instalações e a garantia de adequação destes aos objectivos escolares. É o director quem deve dar garantia aos alunos, aos serviços administrativos e pedagógicos e aos professores, das condições necessárias para o desenvolvimento do trabalho e a garantia do trabalho, através da adequação e suficiência do mobiliário e material didáctico.
Em outras palavras, o director é quem vai zelar pela disponibilização de equipamentos e materiais que os alunos vão precisar para aprender, que o professor precisa para ministrar suas aulas e que o pessoal técnico-administrativo usa em suas tarefas. Ainda no desempenho desta função. Cabe ao director responsabilizar-se pela previsão das despesas e receitas da escola, escrituração avaliação e controle dos recursos recebido e pelos gastos efectuados.
As escolas públicas recebem recursos para os quais tem regras de aplicação. Com estes recursos, o director pode adquirir bens e contratar serviços que atendam ao interesse colectivo. Ele é responsável pela e supervisão organização financeira e o controle das despesas da escola, mas isso deve ser feito em comum acordo com conselho da escola e os membros da sua equipa, além de seguir as normas que determinam as áreas da sua aplicação e como proceder a prestação de contas.
c)      Gerir e administrar as rotinas organizacionais e administrativas:
Refere-se a todas as actividades de coordenação e acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipa e realização do trabalho em equipa, a manutenção do clima de trabalho e a avaliação do desempenho. Cabe ainda ao director, aplicar directrizes de funcionamento da instituição, assim como as normas disciplinares. Cabe aqui ressaltar que o director deve ser profundo conhecedor da legislação que regula as relações laborais.
d)     Administrar a secretaria escolar e os serviços gerais:
O director deve coordenar as acções da secretaria escolar que entre outras reúne as funções de recepção e de contacto com as pessoas e atribuições administrativas propriamente ditas relativas ao registo escolar de alunos e professores registos, arquivos e outros. Neste papel de coordenador, o director deverá procederá conferência e assinatura de documentos escola encaminhamentos de processos e correspondências da escola.
Dada a complexidade do contexto actual, e a multiplicidade de tarefas aqui arroladas, é praticamente impossível o director assumir sozinho a direcção de uma escola. Assim, ele deve desenvolver um trabalho em equipa e estabelecer um processo de gestão compartilhada, baseada num planeamento aberto as inovações e mudanças necessárias para se adaptar num ambiente turbulento. É importante entender a escola como um sistema, para que haja equilíbrio permanente entre as acções pedagógicas e administrativas. Para conseguir este equilíbrio, o gestor deverá:
Ter em mente e com bastante precisão o objectivo da escola. Segundo AMARAL (2005) parece absurda uma afirmação desta natureza, porém na maioria das vezes a escola não tem bem claro o porquê da sua existência, portanto, dar rumo a escola é a maior responsabilidade do director;
Lembrar-se que todas as decisões são interdependentes. Uma mudança implica numa avalanche de alterações. Se o director não tomar a peito esta interdependência entre as áreas de gestão, passará grande parte do seu tempo"apagando incêndios;
Reconhecer que as falhas decorrem das acções de gestão. Se algo vai mal na escola mesmo que se apresentem várias justificativas, nada ilibará a direcção da sua responsabilidade.

3.1  Fonte dos fundos escola

As escolas, tem o seu orçamento que pode vir dos cofres do estado e de suas receitas próprias por meio de contribuições, inscrições e doações.
No caso do nosso país, pode se destacar os fundos de apoio escolar como o caso de ADE – “Apoio Directo as Escolas”, que é um fundo que visa a aquisição de bens e apetrechamento das escolas para além do valor de matrículas caso for as escolas cujo nível para a sua frequência requer o pagamento de taxas de inscrição como é o caso de 8ª à 12ª classe.     

2.2 Mobilização de recursos financeiros

As escolas podem mobilizar os recursos através de desenvolvimento de actividades remuneráveis para a sua sustentabilidade, campanha de angariação de fundos entre outras actividades dentro dos limites plasmados nos regulamentos do funcionamento das instituições públicas.

3.2 Gestão de Recursos Humanos e materiais

Não menos importante que a vertente/gestão Pedagógica, a gestão de pessoal (alunos, equipe escolar, comunidade) constitui a parte mais sensível de toda a gestão. O que sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas actividades, contornar problemas e questões de relacionamento humano fazem da gestão de recursos humanos o fiel da balança, em termos de fracasso ou sucesso de toda formulação educacional a que se pretenda dar consecução na escola.
Direitos, deveres, atribuições - de professores, corpo técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades – estão previstos no Regimento Escolar. Quando o Regimento Escolar é elaborado de modo equilibrado, não tolhendo demais a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar, nem deixando lacunas e vazios sujeitos a interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se torna mais simples e mais justa.

3.      Vertente ou Gestão funcional e dos espaços

Esta área de gestão é das que traz maiores preocupações para os directores das escolas, dados os custos envolvidos para a sua manutenção e o necessário apoio técnico permanente que ela pressupõe. Vários factores contribuem para que as escolas estejam em permanente situação de degradação, dentre elas à sobre utilização, a fragilidade dos materiais de construção e a configuração dos próprios edifícios.
A gestão dos espaços requer uma atenção mais cuidada e permanente pelo facto de serem utilizados por todos quantos frequentam a escola. A preservação da qualidade dos espaços e a sua qualificação deve ser da responsabilidade de todos os que neles vivem e convivem e, uma das estratégias para conseguir que as pessoas se dediquem á preservação dos espaços é desenvolver nelas o sentimento de pertença. É mais fácil e correcto, responsabilizar os utentes pelos espaços por si utilizados do que pelos espaços utilizados por outrem. Professores, alunos e funcionários, deverão ser vinculados aos espaços, a determinadas salas ou gabinetes para que se sintam proprietários dos mesmos e, a partir daí assumirem a necessidade da sua preservação. 
Muitas vezes as pessoas queixam-se de falta de espaço nas escolas, porém é comum encontrar salas de aulas subaproveitadas, sendo usadas como locais de armazenamento de mobiliário degradado ao longo de vários anos. Refira-se também a terrenos totalmente abandonados ao redor dos edifícios e que contribuem para acelerar a degradação do edifício, agravando as condições de trabalho dos funcionários responsáveis pela limpeza e manutenção da escola.
Uma das formas de promover o aproveitamento integral dos espaços, é diversificar as formas de utilização. Além dos espaços dedicados ao ensino (salas de aulas), podem-se promover espaços complementares de apoio ao ensino, como salas de estudo, salas de convívio, salas de jogos, salas de reuniões e outras afins. E, quanto aos espaços exteriores, estes podem ser dedicados ao descanso, recreio, decoração, entre outras. Uma vez disponibilizada uma variedade de espaços, aumentará a sua procura pelos discentes, de acordo com as suas necessidades. Assim, se um aluno pretende estudar numa sala coberta, poderá dirigir-se a sala de estudos, mas se preferir optar por um espaço ao ar livre poderá diversificar os locais de estudo, contribuindo deste modo para minorar a degradação do edifício escolar. 
Uma das estratégias a considerar para conter a degradação dos edifícios é a reparação imediata das pequenas anomalias. Degradação atrai degradação e, se não haver substituição imediata do vidro que se partiu, forçosamente teremos muitos outros vidros partidos logo em seguida (Brito, 1995). É importante que os alunos cresçam num ambiente que não lhes transmita o gosto ou a conformação pela degradação. Deve-se optar pela polivalência dos espaços, evitando exageros na compartimentação, para estimular o seu aproveitamento. Um espaço amplo e polivalente é sempre mais rico, dada a facilidade de adaptação a qualquer utilização.
Posto isto, de certeza estará a interrogar-se sobre como realizar as obras de manutenção contando com verbas tão exíguas a que as escolas têm direito.
BRITO (1995), recorda-nos que em todo o caso, é importante reter que será menos onerosa a manutenção dos espaços em qualidade aceitável do que deixar degradar para depois consertar. Para melhorar essa situação, a vertente pedagógica da gestão escolar deverá prever todas as medidas de carácter preventivo para a responsabilização dos utentes pela preservação dos espaços. Quem parte ou estraga algo voluntaria ou involuntariamente deverá pagar ou reparar a anomalia produzida, só desta forma haverá responsabilização e um maior cuidado de todos pelos espaços escolares.
Para envolver os utentes dos espaços escolares na sua manutenção, Brito (1994) sugere que sejam colocados em vários locais da escola, impressos concebidos para o efeito, onde as pessoas possam enumerar pequenos ou grandes estragos havidos nas instalações. Assim, em cada sala de aulas, na sala de professores e ao alcance de cada professor deverá estar ao dispor uma folha própria onde cada um possa chamar atenção para algum estrago existente nas instalações. Este tipo de procedimento ajuda a despertar a atenção de todos para o que deve ser reparado e, inconscientemente assimilar-se-á a necessidade de preservação.
É importante frisar que é absolutamente necessário rentabilizar os espaços em termos de utilização, isto é não fará sentido que uma sala de convívio de alunos seja usada apenas por quatro alunos seja usada apenas por quatro alunos porque lá se encontra uma mesa de ping-pong, quando a mesma sala poderia ser usada por vinte alunos se apresentasse outras condições e outros pretextos para o convívio. A promoção discreta da apropriação do espaço é a estratégia fundamental para a criação de condições para a sua manutenção, preservação e qualificação.


Conclusão

Concluindo o trabalho, percebi que a gestão escolar é um processo que envolve três áreas de intervenção como é caso da acção Pedagógica-didáctica; financeira e gestão funcional dos espaços. Em que estas se comunicam entre si para o bom funcionamento de uma escola. Neste processo também envolve a participação da população, dos funcionários e dos estudantes. Em relação ao funcionamento, caso concreto do nosso país, tem o ADE que é o fundo de Apoio Direito as Escolas.      


Bibliográficas

AMARAL C. Funções Administrativas, Pedagógicas e Sociais do director da escola. São Paulo, 2005.
BRITO, C. Gestão escolar participativa – Na Escola todos somos gestores. 3ª Edição. Lisboa Porto Editora, 1994.
REIS, G.G. Da Experiência ao aprendizado a prática reflectiva como recurso no processo de coaching de executivos. AMPAD,  Rio de Janeiro/RJ-2007.
Teixeira (1998:3)
Bertrand e Guillemet (1988)
http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em 05.05.2016.
http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em 05.05.2016.
www.significado.com.br. Acessado no dia 05.05.2016.


                                                                                                                                                   Ortência Juramento Mufume





   



As Vertentes da Gestão Escolar

Curso de Licenciatura em Ensino Básico



Trabalho de pesquisa da cadeira de Gestão Educacional a apresentar-se para efeito de avaliação.
















Universidade Pedagógica
Beira, Maio/2016