Autores
Ortencia J. MUFUME
&
Rajabo C. B. MALUA
Introdução
O presente trabalho, trata dos aspectos relativos a Gestão Escolar no que concerne as vertentes: de Gestão Pedagógica-Didáctica, gestão Administrativa financeira e Gestão funcional e dos espaços. Entendemos aqui, que a escola, sendo uma instituição pública vai ser gerida pelos seus membros, a saber, professores, alunos, funcionários, pais ou encarregados de educação. Assim, ela representa um sistema complexo de relações que necessita de uma administração e gestão eficazes. Na sala de aulas onde a autoridade administrativa, pedagógica e social está nas mãos do professor é em si, um complexo de relações. A relação professor-aluno, aluno-aluno é um sistema que necessita de uma boa gestão, pois é nela em que se interagem os elementos de colectividade. Nas relações normais de convivência, de quando em vez, se verificam conflitos, rupturas, discórdias desentendimentos que necessitam de uma boa gestão para um convívio sã entre os membros da colectividade. Isto significa que o professor, além de gerir relações normais entre pessoas, tem que ter a membros da colectividade. O trabalho procura trazer a tona conhecimentos do tema exposto e espera-se que atinja os objectivos esperados pelo docente da cadeira e a comunidade académica da turma.
Objectivos
Geral
Ø Conhecer as vertentes da Gestão escolar.
Específicos
Ø Identificar as Vertentes da Gestão Escolar;
Ø Enumerar as Vertentes da Gestão Escolar, e;
Ø Caracterizar as Vertentes de Gestão Escolar.
Para a realização deste trabalho foram usados os métodos de
pesquisa bibliográficas de referências bibliográficas que versam sobre o
assunto em questão sendo as obras de maior relevo a de AMARAL C. “Funções Administrativas, Pedagógicas e
Sociais do director da escola. São Paulo, 2005; de BRITO, C. Gestão escolar participativa – Na Escola
todos somos gestores. 3ª Edição. Lisboa Porto Editora, 1994 e REIS, G.G. Da Experiência ao aprendizado a prática
reflectiva como recurso no processo de coaching de executivos. AMPAD, Rio
de Janeiro/RJ-2007; e consulta de alguns sites através do uso da internet cujas
referencias estão citadas no final deste trabalho. E ainda, para tornar meio
familiar, o trabalho começa por definir os termos achados pela autora como
relevantes de descriminar para de forma a deixar claro os aspectos aqui
tratados.
1. As Vertente de Gestão Escolar
1.1 Conceitos
Vertente
Para este trabalho, vertente é um termo empregado no sentido
figurado, que se refere a uma determinada perspectiva, a um dos lados de um
determinado tema, caso especifico neste trabalho, que é a vertente de gestão
escolar. www.significado.com.br. Acessado no dia
05.05.2016.
Gestão
Segundo Teixeira (1998:3), Gestão é o processo de se conseguir
obter resultados (bens ou serviços) com o esforço dos outros”. O mesmo
subdivide a gestão em quatro funções essenciais e interligadas: o planeamento,
a organização, a direcção e o controlo.
Gestão é o estabelecimento de objectivos e metas de carácter
táctico e de curto prazo (um dia/ um ano) tendo em conta os recursos
disponíveis de maneira a obter o melhor resultado.
Para Bertrand e Guillemet (1988), Gestão é definida como o
conjunto das decisões que são precisas tomar nas relações dinâmicas entre uma
organização e o seu meio.
Vertentes de Gestão escolar
Segundo
Brito (1994), à Escola apresenta três vertentes fundamentais que coincidem com
as principais áreas de gestão escolar, nomeadamente:
Gestão Pedagógico-Didáctica,
Gestão Administrativa e
Financeira, e;
Gestão Funcional e dos
espaços.
Todos
os projectos da escola, actividades, servioos e orgãos deverão estar enquadrados
nestas vertentes. Não raras vezes, os principais "actores” do processo
educativo descuram da sua vocação e seu papel na escola, o que resulta, muitas
vezes em situaçoes que levam a privilegiar algumas destas vertentes em
detrimento de outras. Para o desenvolvimento equilibrado das três vertentes de
gestão escolar é necessária uma visão holística.
2. A Vertente Pedagógico-Didáctica
As Funções Pedagógicas respondem pela viabilização do trabalho
Pedagógico-Didáctico e por sua integração e articulação com os professores em
função de qualidade de ensino.
Na escola, as funções pedagógicas estão relacionadas a
actividades-fim, enquanto as administrativas estão relacionadas a
actividades-meio, mas ambas estão impregnadas do carácter educativo formativo
próprio das instituições educacionais. (ARMARAL, 2005).
No exercício da Gestão Pedagógica, cabe ao director realizar
as seguintes funções:
a)
Diagnosticar
problemas de ensino aprendizagem estimulando a adopção de medidas pedagógicas
preventivas, a adequação de conteúdos, metodologias e práticas avaliativas
nesta tarefa, o gestor não deverá tomar para si o papel de professor, porém tem
responsabilidades sobre a questão e deve ter sempre em mão, relatórios que
digam como está o desempenho de todos alunos da escola a fim de organizar o
grupo para tomarem as medidas necessárias.
Esta função deve ser exercida juntamente com a coordenação
pedagógica, porém nas escolas onde não existe esta figura, o director deve
buscar o apoio directo dos professores. Para acompanhar a aprendizagem de todos
alunos da escola, o director precisa ter relatórios organizados em forma de
fichas, tabelas ou quadros, onde constem informações gerais sobre o desempenho
das turmas. Juntamente com a coordenação pedagógica, deve acompanhar o processo
de elaboração e execução do plano de ensino, uso de metodologias e
procedimentos adequados á matéria e as condições de aprendizagem dos alunos, as
práticas avaliativas, o relacionamento professor-aluno, a organização dos
níveis escolares, os horários, a distribuição dos alunos por turma entre outras
situações. Deve também acompanhar o desenvolvimento das acções educativas
realizadas fora da sala de aulas que também estão direccionadas para a formação
dos alunos
b)
Dar
assistência pedagógica sistematizada aos professores:
Além de orientar a realização de diagnósticos da situação dos
alunos, deve o director apoiar os professores através de desenvolvimento de um
sistema de assistência pedagógico didáctica que forneça subsídios para a
concepção, construção e administração de situações de aprendizagem adequadas às
necessidades educacionais dos alunos e que ajude os professores a cumprir o
programa de ensino, dando apoio para que eles consigam um melhor envolvimento
dos alunos, sua participação activa, o desenvolvimento de habilidades,
capacidades intelectuais e valores
c)
Desenvolver
acções de formação continua:
A realidade é altamente dinâmica e mutável pelo que se tome
necessário uma actualização constante. Trata-se do aprimoramento profissional
do pessoal docente, técnico e administrativo, de preferência no próprio local
de trabalho. A ideia de tomar a própria escola como local de formação profissional,
deve-se ao facto de, por ser no contexto de trabalho, os professores e demais
funcionários poderem construir suas práticas resultando em mudanças pessoais e
profissionais.
d) Uma das estratégias que tem trazido resultados positivos
nos processos de formação no local de trabalho, é a prática reflexiva que se
baseia na premissa de que a experiência no ambiente organizacional é,
potencialmente, uma das principais formas de aprendizado e, por outro lado, na
de que o exercício da reflexão, é estratégia que maximiza o aprendizado a
partir da experiência (Reis, 2007).
Não existe consenso definitivo quanto ao conceito
de"reflexão, porém a maioria dos autores convergem em tomo da ideia de que
ela consiste no exame e questionamento de experiencias. Trata-se de uma
reflexão que questiona pontos de vista pessoais e que tem um carácter
emancipatório, transformador. Ainda segundo Dewey (1979), citado por Reis
(2007), a prática reflexiva envolve um exame cuidadoso e questionador de
conhecimentos, pressupostos e conclusões.
O gestor escolar não deverá decidir sozinho o tipo de formação
nem os conteúdos a serem desenvolvidos. Deve faze-lo em conjunto com
profissionais baseando-se nas informações sobre as necessidades da escola. Se
um levantamento feito na escola aponta que a conduta dos funcionários está
marcada por desentendimentos ou descortesias entre eles mesmos ou entre
funcionários e alunos, esta é uma evidência de que o tipo de curso que precisam
é um que favoreça as relações humanas no trabalho. O director não precisa ser
profundo conhecedor de temas pedagógicos para administrar pedagogicamente a
escola. O que ele precisa é ter visão, ter clareza e firmeza de objectivos,
inspirar o grupo escutar as ideias conhecer as necessidades e expectativas de
alunos e professores e liderar as pessoas para fazerem o que lhes cabe de
maneira mais eficiente e humana possível.
e) Organizar actividades que assegurem a relação entre a
escola e a comunidade implica desenvolver acções que envolvam a escola e suas
reacções externas, tais como os níveis os pais, as organizações políticas e
comunitárias, a superiores de gestão do sistema escolar, cidade localidade e os
equipamentos urbanos.
Ao desempenhar este papel, o director está buscando as
possibilidades de cooperação e apoio oferecidas pelas diferentes instituições,
que contribuem para o aprimoramento do trabalho da escola. O director deve
favorecer a participação dos pais na gestão escolar mediante, mediante canais
de participação bem definidos e estreitar o relacionamento especialmente no que
se refere ao funcionamento pedagógico-curricular e didáctico da escola, á
comunicação das avaliações dos alunos e a interpretação que delas se faz.
Fazem parte da gestão pedagógico-didáctica todas actividades,
projectos, recursos, órgãos e serviços directamente relacionados com ensino e a
educação. Geralmente na escola existem órgãos próprios com competências e
atribuições de indole-didáctico-pedagógica. No entanto o acto educativo e o
acto de aprender e ensinar não podem ser exclusivos deste ou daquele serviço ou
órgão da escola. Nem a acção educativa ou momento de aprendizagem poderão ter
hora marcada para concorrerem. Assim, numa escola, todos tem responsabilidades
na área da educação e do ensino, perante o"cliente quer seja olhando apenas
para o aluno quer seja para a sociedade como um todo.
Todos os intervenientes da escola são chamados a contribuir na
elaboração do projecto educativo e plano anual da escola, que deve ser baseado
nas carências, preocupações e anseios da escola. Se estas premissas forem
pensadas e sentidas por todos os intervenientes do processo educativo (pais,
alunos, professores e funcionários), o êxito da concretização desse projecto
educativo e do plano anual de actividades será certo e seguro. O envolvimento
de todos na inventariação de problemas e partilha de responsabilidades na sua
resolução, é o único caminho viável para a criação duma dinâmica pedagógica
rica e saudável. Para que este envolvimento seja efectivo, é necessário que
sejam levados a reflectir e participar activamente
2.1 Apoio e potenciação dos actos pedagógicos
A partir do construtivismo pedagógico da transformação,
poderíamos dizer que o acto pedagógico é um conjunto de acções, comportamento e
relações que aparecem na interacção de um professor ou professores com os
alunos médios sobre os componentes do processo educativo e uma intenção
claramente definida. http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em
05.05.2016.
Acto Pedagógico é a arte de alcançar os alunos através de
estratégias de aprendizagem.
Este processo, envolve a internalização do aluno a respeito de
um corpo de conhecimento oferecido por um professor cuja cobertura da mídia é
estabelecida pela heurística ou estratégias simples. O acto pedagógico
resultando em aprendizagem significativa para o aluno. Idem:
http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em
05.05.2016.
2.2 Funcionamento do sector pedagógico
O sector pedagógico é de vital importância para o sucesso da
aprendizagem. De entre tantas atribuições, destacam-se:
Ø
Elaboração, controle e avaliação dos
projectos pedagógicos, visando continuidade de acções e aprofundamento dos
conteúdos para a boa formação académica;
Ø
Acompanhamento das tarefas e avaliações
propostas pelos professores;
Ø
Atendimento dos pais nas duvidas em relação
ao processo de ensino e aprendizagem, e;
Ø
Orientação direita do aluno.
Em suma, tem a responsabilidade de coordenar, orientar,
supervisionar e avaliar o desenvolvimento da actividade pedagógica e académica,
mobilizando as unidades para oferecer uma educação de excelência, objectivando
a formação integral das pessoas e compromisso social. Segundo o site: http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em
05.05.2016.
2.3 Órgão de gestão pedagógico e de apoio pedagógico e seu funcionamento
Os órgãos de gestão e apoio pedagógicos onde podemos destacar
o conselho pedagógico, onde envolve a participação dos professores, pais e
encarregados de educação e a comunidade na tomada de decisão para o
funcionamento integro da instituição.
a) Assembleia
da Escola;
b.
Conselho Directivo;
c.
Conselho Pedagógica;
d.
Conselho de Disciplina.
3. Vertente administrativa-financeira
O director escolar é o responsável pelo funcionamento
administrativo e pedagógico da escola, portanto precisa de conhecimentos tanto
administrativos quanto pedagógicos. A gestão financeira e administrativa
compreende fundamentalmente a gestão de recursos humanos, materiais e
financeiros. É importante salientar que na escola todas acções devem favorecer
as actividades pedagógicas, sendo que nenhuma actividade-meio deve sobrepor a
este rumo. Nas acções de cunho administrativo, estão incluídas as tarefas para
dar o apoio necessário ao trabalho do professor em sala de aula. Envolvem as
actividades-meio que asseguram o atendimento dos objectivos e funções da
escola, são elas
a)
Compreender
e aplicar a legislação escolar e as normas administrativas:
O Director deve terá sua disposição as leis e regulamentos
oficiais relacionados com a escola. A correcta compreensão e aplicação da
legislação escolar concorrem para um bom ambiente de trabalho pois orientam a
acção do director na tomada de decisões para vários assuntos do dia-a-dia da
escola. Por exemplo, evita que haja dualidade de critérios no julgamento de
assuntos disciplinares. Do acervo existente, considera-se importante para o
professor a consulta de documentos que lhe dizem respeito, como é o caso do
estatuto do professor, regulamento interno da escola e outros.
No exercício desta função, o director da escola deve organizar
momentos de divulga conteúdo desses documentos á equipa escolar e assegurar o
seu cumprimento. O conhecimento e domínio do conteúdo dos documentos normativos,
transmite a comunidade educativa, um sentido de identidade, uma vez que a sua
actuação pressupõe uma base comum. Uma das vantagens da divulgação destes
documentos é libertar o director da escola de uma série de rotinas
administrativas, que pode m ser delegadas aos seus colaboradores directos,
permitindo que eles se ocupe mais de assuntos de carácter estratégicos d vida
da escola, como investir n diagnóstico, no planeamento e propor programas de
avaliação institucional e a introdução de inovações.
b)
Gerir
os recursos físicos, materiais didácticos e financeiros:
Envolve as acções de manutenções e conservação do edifício e
suas instalações e a garantia de adequação destes aos objectivos escolares. É o
director quem deve dar garantia aos alunos, aos serviços administrativos e
pedagógicos e aos professores, das condições necessárias para o desenvolvimento
do trabalho e a garantia do trabalho, através da adequação e suficiência do
mobiliário e material didáctico.
Em outras palavras, o director é quem vai zelar pela
disponibilização de equipamentos e materiais que os alunos vão precisar para
aprender, que o professor precisa para ministrar suas aulas e que o pessoal
técnico-administrativo usa em suas tarefas. Ainda no desempenho desta função.
Cabe ao director responsabilizar-se pela previsão das despesas e receitas da
escola, escrituração avaliação e controle dos recursos recebido e pelos gastos
efectuados.
As escolas públicas recebem recursos para os quais tem regras
de aplicação. Com estes recursos, o director pode adquirir bens e contratar
serviços que atendam ao interesse colectivo. Ele é responsável pela e
supervisão organização financeira e o controle das despesas da escola, mas isso
deve ser feito em comum acordo com conselho da escola e os membros da sua
equipa, além de seguir as normas que determinam as áreas da sua aplicação e
como proceder a prestação de contas.
c)
Gerir e
administrar as rotinas organizacionais e administrativas:
Refere-se a todas as actividades de coordenação e
acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das
atribuições de cada membro da equipa e realização do trabalho em equipa, a
manutenção do clima de trabalho e a avaliação do desempenho. Cabe ainda ao
director, aplicar directrizes de funcionamento da instituição, assim como as
normas disciplinares. Cabe aqui ressaltar que o director deve ser profundo
conhecedor da legislação que regula as relações laborais.
d)
Administrar
a secretaria escolar e os serviços gerais:
O director deve coordenar as acções da secretaria escolar que
entre outras reúne as funções de recepção e de contacto com as pessoas e
atribuições administrativas propriamente ditas relativas ao registo escolar de
alunos e professores registos, arquivos e outros. Neste papel de coordenador, o
director deverá procederá conferência e assinatura de documentos escola
encaminhamentos de processos e correspondências da escola.
Dada a complexidade do contexto actual, e a multiplicidade de
tarefas aqui arroladas, é praticamente impossível o director assumir sozinho a
direcção de uma escola. Assim, ele deve desenvolver um trabalho em equipa e
estabelecer um processo de gestão compartilhada, baseada num planeamento aberto
as inovações e mudanças necessárias para se adaptar num ambiente turbulento. É
importante entender a escola como um sistema, para que haja equilíbrio
permanente entre as acções pedagógicas e administrativas. Para conseguir este
equilíbrio, o gestor deverá:
Ter em mente e com bastante precisão o objectivo da escola.
Segundo AMARAL (2005) parece absurda uma afirmação desta natureza, porém na
maioria das vezes a escola não tem bem claro o porquê da sua existência,
portanto, dar rumo a escola é a maior responsabilidade do director;
Lembrar-se que todas as decisões são interdependentes. Uma
mudança implica numa avalanche de alterações. Se o director não tomar a peito
esta interdependência entre as áreas de gestão, passará grande parte do seu
tempo"apagando incêndios;
Reconhecer que as falhas decorrem das acções de gestão. Se
algo vai mal na escola mesmo que se apresentem várias justificativas, nada
ilibará a direcção da sua responsabilidade.
3.1 Fonte dos fundos escola
As escolas, tem o seu orçamento que pode vir dos cofres do
estado e de suas receitas próprias por meio de contribuições, inscrições e
doações.
No caso do nosso país, pode se destacar os fundos de apoio
escolar como o caso de ADE – “Apoio Directo as Escolas”, que é um fundo que
visa a aquisição de bens e apetrechamento das escolas para além do valor de
matrículas caso for as escolas cujo nível para a sua frequência requer o
pagamento de taxas de inscrição como é o caso de 8ª à 12ª classe.
2.2 Mobilização de recursos financeiros
As escolas podem mobilizar os recursos através de
desenvolvimento de actividades remuneráveis para a sua sustentabilidade,
campanha de angariação de fundos entre outras actividades dentro dos limites
plasmados nos regulamentos do funcionamento das instituições públicas.
3.2 Gestão de Recursos Humanos e materiais
Não
menos importante que a vertente/gestão Pedagógica, a gestão de pessoal (alunos,
equipe escolar, comunidade) constitui a parte mais sensível de toda a gestão. O
que sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo
o máximo em suas actividades, contornar problemas e questões de relacionamento
humano fazem da gestão de recursos humanos o fiel da balança, em termos de
fracasso ou sucesso de toda formulação educacional a que se pretenda dar
consecução na escola.
Direitos,
deveres, atribuições - de professores, corpo técnico, pessoal administrativo,
alunos, pais e comunidades – estão previstos no Regimento Escolar. Quando o
Regimento Escolar é elaborado de modo equilibrado, não tolhendo demais a
autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar, nem deixando lacunas e
vazios sujeitos a interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se
torna mais simples e mais justa.
3. Vertente ou Gestão funcional e dos espaços
Esta área de gestão é das que traz maiores preocupações para os
directores das escolas, dados os custos envolvidos para a sua manutenção e o
necessário apoio técnico permanente que ela pressupõe. Vários factores
contribuem para que as escolas estejam em permanente situação de degradação,
dentre elas à sobre utilização, a fragilidade dos materiais de construção e a
configuração dos próprios edifícios.
A gestão dos espaços requer uma atenção mais cuidada e
permanente pelo facto de serem utilizados por todos quantos frequentam a
escola. A preservação da qualidade dos espaços e a sua qualificação deve ser da
responsabilidade de todos os que neles vivem e convivem e, uma das estratégias
para conseguir que as pessoas se dediquem á preservação dos espaços é
desenvolver nelas o sentimento de pertença. É mais fácil e correcto,
responsabilizar os utentes pelos espaços por si utilizados do que pelos espaços
utilizados por outrem. Professores, alunos e funcionários, deverão ser
vinculados aos espaços, a determinadas salas ou gabinetes para que se sintam
proprietários dos mesmos e, a partir daí assumirem a necessidade da sua
preservação.
Muitas vezes as pessoas queixam-se de falta de espaço nas
escolas, porém é comum encontrar salas de aulas subaproveitadas, sendo usadas
como locais de armazenamento de mobiliário degradado ao longo de vários anos.
Refira-se também a terrenos totalmente abandonados ao redor dos edifícios e que
contribuem para acelerar a degradação do edifício, agravando as condições de
trabalho dos funcionários responsáveis pela limpeza e manutenção da escola.
Uma das formas de promover o aproveitamento integral dos
espaços, é diversificar as formas de utilização. Além dos espaços dedicados ao
ensino (salas de aulas), podem-se promover espaços complementares de apoio ao
ensino, como salas de estudo, salas de convívio, salas de jogos, salas de
reuniões e outras afins. E, quanto aos espaços exteriores, estes podem ser
dedicados ao descanso, recreio, decoração, entre outras. Uma vez disponibilizada
uma variedade de espaços, aumentará a sua procura pelos discentes, de acordo
com as suas necessidades. Assim, se um aluno pretende estudar numa sala
coberta, poderá dirigir-se a sala de estudos, mas se preferir optar por um
espaço ao ar livre poderá diversificar os locais de estudo, contribuindo deste
modo para minorar a degradação do edifício escolar.
Uma das estratégias a considerar para conter a degradação dos
edifícios é a reparação imediata das pequenas anomalias. Degradação atrai degradação
e, se não haver substituição imediata do vidro que se partiu, forçosamente
teremos muitos outros vidros partidos logo em seguida (Brito, 1995). É
importante que os alunos cresçam num ambiente que não lhes transmita o gosto ou
a conformação pela degradação. Deve-se optar pela polivalência dos espaços,
evitando exageros na compartimentação, para estimular o seu aproveitamento. Um
espaço amplo e polivalente é sempre mais rico, dada a facilidade de adaptação a
qualquer utilização.
Posto isto, de certeza estará a interrogar-se sobre como
realizar as obras de manutenção contando com verbas tão exíguas a que as
escolas têm direito.
BRITO (1995), recorda-nos que em todo o caso, é importante
reter que será menos onerosa a manutenção dos espaços em qualidade aceitável do
que deixar degradar para depois consertar. Para melhorar essa situação, a
vertente pedagógica da gestão escolar deverá prever todas as medidas de
carácter preventivo para a responsabilização dos utentes pela preservação dos espaços.
Quem parte ou estraga algo voluntaria ou involuntariamente deverá pagar ou
reparar a anomalia produzida, só desta forma haverá responsabilização e um
maior cuidado de todos pelos espaços escolares.
Para envolver os utentes dos espaços escolares na sua
manutenção, Brito (1994) sugere que sejam colocados em vários locais da escola,
impressos concebidos para o efeito, onde as pessoas possam enumerar pequenos ou
grandes estragos havidos nas instalações. Assim, em cada sala de aulas, na sala
de professores e ao alcance de cada professor deverá estar ao dispor uma folha
própria onde cada um possa chamar atenção para algum estrago existente nas instalações.
Este tipo de procedimento ajuda a despertar a atenção de todos para o que deve
ser reparado e, inconscientemente assimilar-se-á a necessidade de preservação.
É importante frisar que é absolutamente necessário
rentabilizar os espaços em termos de utilização, isto é não fará sentido que
uma sala de convívio de alunos seja usada apenas por quatro alunos seja usada
apenas por quatro alunos porque lá se encontra uma mesa de ping-pong, quando a mesma sala poderia ser usada por vinte alunos
se apresentasse outras condições e outros pretextos para o convívio. A promoção
discreta da apropriação do espaço é a estratégia fundamental para a criação de
condições para a sua manutenção, preservação e qualificação.
Conclusão
Concluindo o trabalho, percebi que a gestão escolar é um
processo que envolve três áreas de intervenção como é caso da acção
Pedagógica-didáctica; financeira e gestão funcional dos espaços. Em que estas
se comunicam entre si para o bom funcionamento de uma escola. Neste processo
também envolve a participação da população, dos funcionários e dos estudantes.
Em relação ao funcionamento, caso concreto do nosso país, tem o ADE que é o
fundo de Apoio Direito as Escolas.
Bibliográficas
AMARAL C. Funções Administrativas, Pedagógicas e Sociais do
director da escola. São Paulo, 2005.
BRITO, C. Gestão escolar participativa – Na Escola todos somos
gestores. 3ª Edição. Lisboa Porto Editora, 1994.
REIS, G.G. Da
Experiência ao aprendizado a prática reflectiva como recurso no processo de
coaching de executivos. AMPAD, Rio
de Janeiro/RJ-2007.
Teixeira (1998:3)
Bertrand e Guillemet (1988)
http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em
05.05.2016.
http://www.ctd.ifso.edu.br. Acessado em
05.05.2016.
www.significado.com.br. Acessado no dia
05.05.2016.
Ortência Juramento Mufume
As Vertentes da Gestão Escolar
Curso de Licenciatura em Ensino Básico
Universidade Pedagógica
Beira, Maio/2016
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