Autor:
Rajabo Caetano Bernardo Malua
Licenciando
em Ensino de Geografia pela Faculdade de Ciências Sociais na Universidade
Pedagógica de Moçambique Delegação da Beira.
Beira
– Moçambique, aos, 14 de Março de 2014.
Em
memória ao meu pai, Caetano Aiuba Malua.
Introdução
Motivado pela
pesquisa, na conciliação entre a teoria e a prática e no propósito de dar o meu
contributo no mundo dos que querem aprender, urge a necessidade de fazer este
artigo intitulado “Rio Milage – Suas águas nos são amigo e inimigo”. A atribuição
do título, deve-se ao facto de que, em épocas secas, este ser ou estar a
desempenhar um papel crucial no seio das comunidades por ele drenado no que diz
respeito ao abastecimento de água para o uso doméstico, mergulho, actividades
pesqueira entre outras finalidades e “inimigo” porque em épocas chuvosas, o seu
pico chega a atingir os 8 a 9 metros de altura a ponto de isolar pessoas
unidas, destruição de infra-estruturas e dos campos agrícolas, acção está que
afecta negativamente no desenvolvimento de qualquer nação ou povo. Apesar de o
rio percorrer extensas áreas, interessou-nos descrever muito mais na região de
Naico, sendo que, é desta região que ela ganha extensas áreas de largura e que
seus efeitos são mais drásticos em épocas de grandes quedas fluviométricos.
Sabe-se que Naico é uma região cercada de dois grandes rios da região (rio
Milage e Monica), o que faz com que, em épocas chuvosas ele se torne quase uma
ilha, cujo acesso só é possível através de embarcações de artesanais como é o
caso de barco a remo (canoa).
Resumo
Rio Milage, é um
curso natural de água doce, com uma extensão cerca de 27 km de distância, sendo
que é um dos braços do rio Nipiode, no Posto administrativo de Mocubela. A sua
abordagem, nos interessou bastante, sendo que é este, que na região de Naico,
ganha as vastas áreas de extensão chegando a atingir 30 a 40 metros de larguras
e que nas épocas de grandes quedas pluviais chega a galgar as suas margens
criando um obstáculo na transitabilidade de pessoas e bens naquela região e
para além dos seus efeitos negativos, notabiliza-se uma relevância no que diz
respeito ao uso das suas águas nas actividades domesticas, lazer, pesca entre
outras actividades desejadas pelas populações por onde o rio circunda. De
salientar que em épocas de verão, o rio devido a acção das marés, as suas águas
tornam-se salgadas devido a proximidade do mar numa extensão dos seus 7 km.
Palavras-chave: Rio Milage, Correntes das águas, Bajone-Naico.
Rio Milage
Situação Geográfica
O Rio Milage
situa-se no extremo Este da Província da Zambézia e a Leste do Distrito de
Maganja da Costa no Posto Administrativo de Bajone na Localidade de Naico,
entre os paralelos 17°7'18.01"da Latitude sul e entre os meridianos 38°3'2.02"da Longitude Este.
Figura 1: Rio
Milage, situação no Mapa
Fonte: Autor, 2014
Com um comprimento
cerca de 27 km, este serve de limite natural entre o Posto Administrativo de
Mocubela com o Posto Administrativo de Bajone, na localidade de Naico e dentro
da localidade, este volta a fazer um limite natural, entre os povoados de Naico
e Nabrico, estrada está, que dá acesso ao Distrito de Pebane saindo de Bajone
ou Mocubela-Pebane passando por Bajone.
Durante o seu
percurso, o rio Milage é atravessado por duas pontes, sendo que uma liga entre
a localidade de Naico com o Posto Administrativo de Mocubela e a outra liga os
povoados de Nabrico e Naico, este último com cerca de 8 metros de altura, 2,75 metros
de largura e 23 metros de extensão, e é uma das mais antigas da região,
construída no período colonial com objectivo de servir os interesses das companhias
agrícolas da Borror e da Madal, sedeadas no Bajone e Pebane vocacionadas na
produção e comercialização da Côpra, servindo-se deste como via de acesso para
os dois cantos.
Origem
O nome “Milage”, não tem significado nenhum, quer
no dicionário ou na língua dos povos das áreas por ele percorrida, talvez
admitirmos como sendo “uma expressão de
origem inglesa”, segundo Wikipedia.org. acessado no dia (11 de Março de
2014 pelas 13horas e 24 minutos).
O rio Milage, ele nasce
no Posto Administrativo de Mocubela, sendo um dos braços do rio Nipiode, na
qual o seu leito corre no sentido Oeste –
Este progressivamente até confluir com o rio Moniga, e uma vez alimentado, vai
depositar as suas águas no Canal de Moçambique (Oceano Indico), no Distrito e
Pebane.
Características
Como é óbvio, os rios moçambicanos são na sua
maioria de regime periódico e que correm no sentido Oeste – Este, com fins de
depositar as suas águas no Oceano Indico e no caso deste, não foge da regra.
Seja talvez devido
a sua área de trajectória, seus efeitos nas regiões por ele drenado, lhe fazer
com que seja considerado como sendo um dos maiores rios do Posto Administrativo
de Bajone e o terceiro maior da localidade de Niaco depois de rio (Mutabide e
Complicado).
Este atravessa os
povoados de Namutaca em Mocubela, Nialene, Wamuha, (Alto Mutabide),
estendendo-se progressivamente para o sentido Este, separando/dividindo os
povoados de Harare com o de Maiva, Harare com o de Naico, Naico com Nabrico e
este com Nacurisiwa e este último por sua vez com Unlolone até na sua
confluência com o rio Moniga no Distrito de Pebane.
O rio é estreito
donde nasce, o que significa, poucas extensões de áreas por ela ocupada em
termos de largura, só a pois os seus 20 km de distância para Este, mais principalmente
na região de Naico, começam a ganhar extensas áreas chegando a atingir os seus
30 a 40 m de largura até na sua confluência com o rio Moniga.
Impactos ambientais
Nas cheias de
1997, as regiões de Naico e Nabrico, viram-se desligadas uma da outra, devido
as fúrias das águas que chegaram a galgar as duas margens, deixando a ponte ao
meio e sem condições do seu uso, situação está que veio a prevalecer até em
2000. Durante este período, as pessoas que fazia o trajecto Pebane-Bajone via
Naico e/ou Naico-Nabrico vice e versa, eram transportadas através de barcos
artesanais (a remo), e sem condições aceitáveis, num rio com um elevado índice
de crocodilos que atacam as espécies humanas.
Em Abril de 2008,
as águas chegaram de atingir os 8 metros de altura, mas estas não causaram
efeitos negativos sobre a ponte, e só em Março de 2013, ela voltou a ser
inoperacional devido as fúrias das águas, situação está que ainda prevalece até
aos meados de Março de 2014.
Verificou-se
nessas enchentes de Março e não só, o desgaste dos solos das áreas por ele
drenados, arrastamento das árvores e plantas, dos ecossistemas, a poluição das
aguas, tornando inapropriado apara o seu uso domestico.
Considerando rio, como
um curso natural de água, usualmente de água doce, no caso deste, numa extensão
dos seus 7 km, próximo da sua confluência com o rio Moniga, ele sofre algumas influências
directas das marés devido a sua proximidade com o Canal de Moçambique através
do rio Moniga.
Nestas
circunstâncias, as águas que eram doce, perdem as suas qualidades devido a
salinidades, tornando-se assim, suas águas salgadas num período de curta
duração nas épocas chuvosas e alongados no verão.
ü
Em um rio de regime periódico característica
estás, que se notabilizam na maioria dos rios moçambicanos, e que nas épocas
chuvosas o seu pico máximo chega a atingir os seus 8 m de altura, criando
assim, um obstáculo para as populações vizinhas e das suas práticas agrícolas
situadas nas suas ribeirinhas.
Importância
do rio a nível local
Tendo em conta que os rios, ou cursos fluviais, sempre
foram, e são até hoje, um dos mais importantes recursos para a sobrevivência da
humanidade. Foram e são eles que nos fornecem grande parte da água que
consumimos, que usamos para produzir nossos alimentos, de que necessitamos para
nossa higiene e que utilizamos para irrigar o solo das áreas agrícolas.
No caso deste, a nível local, ele é usado para as
actividades domésticas das populações circunvizinhas como é o caso:
ü Da prática
pesqueira, captação de água para consumo, construção de habitações, lazer
(mergulho), e;
ü Como via
de comunicação principalmente nos povoados de Naico-Naguéle, Naico-Bajone Sede
(Barada) e Naico-Nabrico apesar da existência da ponte sobre este rio que liga
estas duas regiões (Naico-Nabrico) e vice-versa através de barcos a remo.
O rio,
tem um potencial, recurso marisco para as populações locais assim como
circunvizinhos e uma grande biodiversidade marinha como é o caso do Caranguejo,
camarão, peixe (Mindji, Lapalapa, Murrimpene, Macuba), Crocodilo, trataruga, Hipopótamo,
etc., cuja designação universal, não fui capaz de encontra-los.
No que
diz respeito a irrigação, este poderia ser útil para tal actividade agrícola,
olhando pela capacidade das suas águas e dos solos por eles drenados serem
férteis apara a prática da agricultura o que não é aproveitado, talvez seja por
falta de recursos financeiros e entidades interessadas.
E a nível do ciclo hidrológico ela é importante para
o suprimento de água para a humanidade. Isto porque o comportamento de
componentes individuais no retorno da água na Terra depende tanto do tamanho do
reservatório quanto da dinâmica do movimento da água.
Conclusão
Como qualquer outro canto do mundo, o rio é um recurso
importante para as populações das regiões por onde ela drena mais também pode
ser inimigo na medida em que afecta negativamente as actividades dos sujeitos
por onde ela passa. E como característica geral dos rios moçambicanos, eles
sempre correm no sentido Oeste – Este, com o propósito de lançar as suas águas
no Oceano indico e é no caso desse que também corre no mesmo sentido lançando
as suas águas no rio Moniga e este pelo seu turno para o Oceano Índico (Canal
de Moçambique), no Distrito de Pebane. É
um rio que corre numa zona de planície e que o seu sistema de cheias e vazante
depende das quedas pluviométricas sendo por isso considerado como um rio de
regime periódico. Em épocas de cheias, as suas águas chegam a atingir uma
altura de cerca de 8 a 9 metros, isto tem se verificado na ponte que liga entre
os povoados de Nabrico – Naico.
Bibliografia
MALUA, Rajabo Caetano
Bernardo. Descrição Geral De Naico – Bajone. Beira 2013
Internet Google
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