sábado, 14 de junho de 2014

Importância de planificação no Ensino de Geografia.


                                                                        Por: Rajabo Caetano Bernardo Malua
                                                                 e-mail: malua7rcbm@gmail.com / malua7rcbm@sapo.pt
Introdução
O presente trabalho aborda sobre a Importância de planificação no Ensino de Geografia.
Tendo em conta que, a planificação é um meio para se programar as acções docentes, mas também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação. Deste modo, a Planificação das aulas de Geografia estão relacionados a duas questões básicas; a primeira relaciona-se com “o que ensinar em Geografia”, e a segunda ao “como ensinar Geografia”.
São estas questões que dialogam com outras premissas importantes do trabalho docente, no que diz respeito à reflexão sobre quem são os alunos e que conhecimentos específicos de Geografia, eles já têm, para então propor objectivos claros para serem atingidos durante o processo de ensino-aprendizagem.
O professor de geografia ao elaborar o seu plano, espera que os conteúdos programados atinjam resultados significativos.
Dai que a importância de planificação em ensino de geografia, visa proporcionar maior segurança ao professor e, portanto, mais confiança por parte do aluno no trabalho escolar.
Objectivos
Geral:
ü  Conhecer a Importância de Planificação no Ensino de Geografia
Especifico:
ü  Identificar a importância de planificação no ensino de geografia
ü  Mencionar os aspectos que devem ser tomados em conta numa planificação
ü  Indicar as características de uma boa planificação
Metodologia de trabalho
ü  Para a efectivação do trabalho, só foi possível na consulta de obras que versam sobre o tema em destaque na qual vem mencionadas no fim do trabalho.
Capitulo I:
  1. Contextualização Geral da Planificação e Conceitos Afins
Em todos os sectores de actividades humanas, fala-se muito de planificação.
Planificação
Segundo Franco (1997:39), “planificação é uma exigência que, dia a dia, se impõe em todas actividades humanas”.
Planificação é a primeira etapa obrigatória da actividade de docente. Constitui a previsão e o programa dos trabalhos escolares para o curso ou para uma unidade ou para parte da unidade.
Para Pilleti (2006:61), afirma que “planificação é assumir uma atitude séria e curiosa diante de um problema”.
Segundo Libaneo (1982:221), “planificação é um meio para se programar as acções docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação”.
Diante de um problema, procura-se reflectir para decidir quais as melhores formas de chegar a um determinado objectivo, a partir de uma certa realidade.
Neste sentido, a boa planificação vária de matéria para matéria, dependendo dos objectivos, das necessidades da clientela (que neste caso é o aluno), dos cursos disponíveis, das actividades envolvidas e do conteúdo do programa.
Existem vários tipos de planificação do ponto de vista educativo tais como: planificação de educação, planificação curricular, planificação de ensino (neste esta contido planificação do curso, da unidade e da aula).
1.1 Características de uma boa planificação
Uma boa planificação tem de ter sempre em conta os elementos como é o caso da unidade, flexibilidade, continuidade e degradação, objectividade e realismo, precisão e clareza.
1.2 Aspectos que devem ser tomados em conta numa planificação
Um plano para que seja feito de uma forma adequada e responda as exigências desejadas, ele deve ter uma relevância na sua elaboração tais como: o nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, objectivos visados, definição dos conteúdos, número de aulas disponíveis, recursos necessários, processo de avaliação e a bibliografia básica.
1.3 Importância de Planificação no Geral
A planificação tem relevância pois:
ü  Evita a rotina e a improvisação dentro do processo educativo;
ü  Garante a economia de tempo e energia (racionalização do processo educacional);
ü  Possibilita a organização do trabalho didáctico;
ü  Permite ao professor a marcha do processo educativo;
ü  Proporciona maior segurança ao professor e, portanto, mais confiança por parte do aluno no trabalho escolar.
Capitulo II:
  1. Importância da Planificação no Ensino de Geografia
Para Almeida (1991) considera que “os eixos norteadores do Planificação do ensino nas aulas de Geografia estão relacionados a duas questões básicas; “o que ensinar em Geografia”, e “como ensinar Geografia”.

Estas questões dialogam com outras premissas importantes do trabalho docente, no que diz respeito à reflexão sobre quem são os alunos e que conhecimentos específicos de Geografia, eles já têm, para então propor objectivos claros para serem atingidos durante o processo de ensino-aprendizagem.

Planejar “é uma actividade intencional, o que significa que, ao planejarmos uma aula, fazemos escolhas, tais escolhas pressupõem valores, opções teóricas, filosóficas e ideológicas, o que nos leva a pensar que nenhum acto de Planificação é neutro isento de valor, mas sim ideologicamente comprometido”, LIBÂNEO, (1994:220).

O acto de planejar exige uma referência fundamental, a realidade concreta conhecida, que pode ser explicitada no Projecto político-pegagógico da escola. Este Projecto, além de apresentar dados sobre quem são os alunos, revela também aspectos importantes como, por exemplo, o que funcionou ou não funcionou no ano anterior; como funcionou; quais foram as causas para o sucesso ou fracasso escolar; se os conteúdos foram trabalhados de forma Significativa; e se os princípios de gestão democrática e autonomia foram de facto vivenciados no quotidiano escolar.

Assim, a Planificação de ensino da aula de geografia está intrinsecamente relacionado ao Projecto político-pedagógico da escola e ao plano de ensino do professor, portanto, ela “é um meio para se programar as acções docentes, é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação” LIBÂNEO, (1994:221).

A Planificação das aulas no ensino de Geografia, deve considerar particularmente o objectivo geral da disciplina para o Ensino Fundamental “[...] conhecer a organização do espaço geográfico e o funcionamento da natureza em suas múltiplas relações, de modo a compreender o papel das sociedades em sua construção e na produção do território, da paisagem e do lugar” BRASIL, (2000:121).

Tendo em conta que a compreensão da organização do espaço geográfico em sua totalidade é um objectivo ambicioso que demanda por parte do professor a procura e o encontro de alternativas metodológicas que possibilitem o acesso, a interacção e a apropriação dos conceitos geográficos, por parte dos alunos, GASPARIN (2007), vislumbra um caminho possível, “ao considerar o processo de construção do conhecimento em uma concepção dialéctica de ensino, na qual enumera os cinco momentos deste processo a destacar: a prática social inicial do conteúdo; a problematização; a instrumentalização; a catarse; e a prática social final”.

A Prática social inicial do conteúdo Para GASPARIN (2007), consiste na preparação do aluno para a construção do conhecimento escolar (científico). Neste primeiro momento, são considerados os conhecimentos prévios dos alunos em relação ao novo conteúdo a ser estudado, de forma que o professor, em contacto com a realidade deles, toma conhecimento do que já sabem para iniciar sua acção e investigar sobre o que eles gostariam de saber mais.
ü  Aproveitando essa premissa na aula de Geografia é uma forma de mobilizá-los para a construção do conhecimento geográfico.

A “Problematização” consiste segundo Gasparin (2007), “no levantamento de questões acerca da prática social e dos conteúdos de ensino, a partir das diferentes dimensões dos conteúdos (conceitual, política, social, religioso, psicológica, histórica, económica, etc.) ”.
ü  Na aula de Geografia, a problematização vai buscar o questionamento da realidade a partir do conceito ou da categoria geográfica em estudo, será o momento em que a prática social é colocada em questão.

A “Instrumentalização” para Gasparin (2007), representa a aula propriamente dita. “São os aptos discentes e docentes necessários à elaboração do conhecimento científico”.
Na aula de Geografia, o caminho por meio do qual o conhecimento geográfico é posto à disposição dos alunos.

A “Catarseé a elaboração de síntese da nova forma de entender a prática social por parte dos alunos, ou seja, o que eles aprenderam sobre o tema da aula (ou das aulas), (idem:2007).

A “Prática social final do conteúdo” “consiste na nova postura que se espera do aluno a partir do conteúdo apresentado. Espera-se que os alunos tenham uma conscientização sobre os problemas quotidianos, que eles se posicionem politicamente face às autoridades políticas, por exemplo, a fim de pleitear políticas públicas que envolvam o cuidado com o ambiente e com a sociedade”, (idem:2007).

2.1 A Aula de Geografia
Por exemplo nas escolas brasileiras, de acordo com a organização curricular de cada sistema de ensino para os anos iniciais do Ensino Fundamental, a disciplina de Geografia faz uma interface com a de História, aparecendo na grade curricular com a denominação História/Geografia e no caso de Moçambique é considerada “ciências Sociais”. Visto que existe uma afinidade peculiar entre os conteúdos destas disciplinas, mas também especificidades, especialmente quanto aos objectos de estudo, aos conceitos e categorias, que não são fáceis de serem reconhecidos por quem não tem formação e afinidade com as áreas.

2.3 Normalização
Os planos e os programas oficiais são “directrizes gerais, documentos de referência, a partir dos quais são elaborados os planos didácticos específicos, na qual cabe a escola e aos professores elaborar os seus próprios planos, seleccionar os conteúdos, métodos e meios de organização do ensino, em face das peculiaridades de cada região, de cada escola e das particularidades e condições de aproveitamento escolar dos alunos”, LIBANEO (1992:228).

Para CALLAI (2003:101), a selecção dos conteúdos de ensino em Geografia “é uma tarefa difícil para o professor, pois, se torna um dilema saber o que fazer com tanta informação possível para cada conteúdo de ensino”. Sendo assim, o professor de geografia tem como missão de auxiliar o aluno a organizá-las no sentido de entendimento sobre como tais processos naturais e fenómenos atingem a vida das pessoas, fazendo isto, tornar-lhe-á benéfico o seu plano de ensino.
A “escolha dos conteúdos das aulas de Geografia deve ser pensada, considerando a responsabilidade da formação do cidadão que precisa entender o mundo”, e isto “Não é simples como ler uma bula de remédio e aplicar a dosagem por faixa etária”, PASSINI (2007:38).

O importante frente a qualquer dúvida relativa a escolhas dos conteúdos das aulas de Geografia é o não distanciamento do próprio objecto de estudo da Geografia – o espaço geográfico –, de seus conceitos e suas categorias elementares.
2.4 A problematização na aula de Geografia
De acordo com os pressupostos da Pedagogia histórico-crítica, a problematização das práticas sociais deve ser o ponto de partida e de chegada da prática pedagógica.

No ensino de Geografia, “Tal proposta sugere uma prática pedagógica que se inicia e se conclui com a problematização das práticas e dos saberes espaciais dos alunos, através e intermediada pelo processo de construção do conhecimento geográfico” COUTO (2011:27).

O ensino de Geografia, é centrado muita das vezes, em actividades fundamentalmente teóricas, nas quais os alunos devem ler textos e responder questões, como algo a ser memorizado e, tendo como finalidade a compreensão de dados isolados. Para mudar este cenário devemos considerar que um dos graves obstáculos para uma educação geográfica significativa é a distância entre os conceitos geográficos e o quotidiano dos alunos.

Afinal, deve-se ensinar/aprender Geografia na escola hoje para mobilizar os conhecimentos adquiridos e, assim, resolver os problemas do quotidiano, de forma crítica.
Para tanto, segundo REIS, (2004:16) “é necessário que os alunos [...] se encontrem aptos a explicar e pensar geograficamente (para actuar e agir no meio) e não apenas para descrever o espaço”.
Afirma Vygotsky (1999;104), que “[...] no processo de formação dos conceitos, um conceito é mais do que a soma de certas conexões associativas formadas pela memória, é mais do que simples acto mental; é um acto real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de refinamento [...]”. Assim, só há aprendizagem significativa quando os alunos intrometam, incorporam, apropriam-se do objecto de conhecimento em suas múltiplas determinações e relações. Pois, este é um trabalho difícil, ainda em construção.

Segundo Cavalcanti (2005), “o processo de internalização inicia-se com o conhecimento dos objectos, os quais possuem signos e significados socioculturais, resultantes de saberes historicamente produzidos pelo ser humano”. Após a experiência interiorizada no aluno, este último apropria-se desta cultura, sendo expressa na sua linguagem, que é o pensamento organizado.

Este processo, envolvendo as funções psíquicas superiores e conforme Vygotsky (1999;104), “pode ser mediado e avaliado constantemente, quando o aluno passa de um conhecimento menos elaborado para um mais elaborado e científico”.

2.5 Procedimento na planificação de Ensino e ou de Geografia
São processos ou comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em contacto directo com coisas, factos ou fenómenos que lhes possibilitem modificar sua conduta em função dos objectivos previstos.
O professor ao organizar as condições externas favoráveis ã aprendizagem, utiliza meios ou modos organizados de acção, conhecidos como técnicas de ensino. Ao planear o procedimento de ensino não é suficiente fazer uma listagem de técnicas que serão utilizadas, mais sim, deve-se prever como utilizar o conteúdo seleccionado nessa descrição. Os conteúdos escolhidos pelos professores devem:
ü  Ser diversificados;
ü  Estar coerentes com os objectivos propostos e com o tipo de aprendizagem previstos nos objectivos;
ü  Adequar as necessidades dos alunos;
ü  Servir de estímulo a participação do aluno no que se refere a descobertas;
ü  Apresentar desafios.
2.6 Correlação Sobre os Diferentes Níveis de Planificação
Entre os diferentes níveis de planificação existe uma correlação de dependência, pois, para que se faça o que estiver mais acima.
A planificação da educação é o primeiro a ser feito, visto que este traça as directrizes pelas quais o sistema de educação vigente num determinado país deva seguir, sendo feito ao nível nacional define por tanto a politica da educação deste país.
A planificação curricular vem a seguir a planificação de educação para que esta planificação seja feita é necessário que se conheça as politicas educacionais do país. Já conhecendo as politicas de educação de um país, pode-se traçar as metas pelas quais o curso de segue nos seus diferentes componentes, vindo neste a programação dos conteúdos a serem desenvolvidos em diferentes classes e cursos e os seus respectivos objectivos gerais e específicos.
Por fim, dependendo da planificação curricular vem o plano de ensino que é feito com base na planificação curricular, pois o professor ao fazer o plano de ensino vai-se guiando pelo currículo vigente no país e faz o seu programa de ensino com base nos objectivos já mencionados na planificação curricular, por outra a planificação do ensino vai operacionalizar pondo e pratica os objectivos do currículo.







Bibliografia
CAVALCANTI, Lana de Souza. Ensino de Geografia e diversidade: 2. ed. São Paulo: 2006.
COUTO, Marcos António Campos. Método dialéctico na Didáctica da Geografia, 12. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 20. ed. São Paulo: Paz e Terra. 2001.
FRANCO, Ângela, Metodologia de Ensino Didáctica. Le – Fundação Helena Antiprof, Belo Horizonte: 1997
GASPARIN, João Luiz. Uma Didáctica para a Pedagogia histórico-crítica. Campinas: Autores Associados, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica. São Paulo: Cortez, 1994.
LIBANEO, José Carlos, Didácticas.3ª ed. Cortez, SP.982
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar.20. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
PILLETI, Claudino. Didáctica Geral. 23ª Ed., Editora Ática. 2006
PASSINI, Elza Yasuko. Prática de Ensino em Geografia e estágio supervisionado. São Paulo: Contexto, 2007.
REIS, João (Org.). Boas práticas na educação geográfica. Estudos de Geografia humana e regional, Lisboa, 2004.
VYGOTSKY, Lev Semen. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1999

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