sábado, 14 de junho de 2014

Prefacio Da Obra Filosofia Africana ‑ Das Independências Às Liberdades


Rajabo Caetano Bernardo Malua










Prefacio
Da Obra Filosofia Africana ‑ Das Independências Às Liberdades
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia com Habilitação em História













Universidade Pedagógica
Beira
2013
                                                                                                                                                 Rajabo Caetano Bernardo Malua





Antropologia Cultural de Moçambique


Prefacio
Da Obra Filosofia Africana ‑ Das Independências Às Liberdades
Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia com Habilitação em História


Trabalho a ser apresentado no
Departamento de Ciências Sociais
Como um dos elementos de avaliação. 


Docente: dr. Savio







Universidade Pedagógica
Beira
2013
Prefácio
A obra que tens em mão, intitulado Filosofia africana-Das Independências as Liberdades, não é publicada como fruto do acaso. Ela condensa um conjunto de elementos de carácter filosófico reunidos durante a formação como filosofo. Durante este lapso de tempo, o autor vem lançando obras como “Interpretações Filosóficas da Historia do Século XVII” e “Por Uma Dimensão Moçambicana da Consciência Histórica”.
Enveredar sobre a existência da Filosofia Africana, é uma questão que até por muitos pensadores se questionaram e alguns acabaram em afirmar a não existência da mesma. Nesta forma de pensar, notabilizou-se como figuras desta ala, Hountondji, pelo seu eurocentrismo da filosofia.
Ao decorrer desta obra, o caro leitor poderá perceber que foi a partir desta critica, levado acabo por Hountondji ao considerar que a África não tem filosofia e que aquilo que eles consideram de filosofia é apenas “um trabalho da etnologia com pretensão filosófica” que se concedera como um marco histórico do surgimento da filosofia africana e que a obra do padre Placide Tempels, marca o inicio da produção filosófica escrita a que se pode chamar de etno-filosofia.
No que se refere a missão dos filósofos africanos, por alguns autores, lhes é incumbido a missão de colecção e interpretação dos costumes, lendas, contos entre outros para chegar-se ao ponto de se considerar filosófico, visto que, se se considerar o mesmo como filosófico, era de admitir que a África é banhado de filósofos, o que não constitui verdade, dai que para Hountondj, há todo uma necessidade da escrita.   
Deste modo, viremos também, que partindo da historicidade e da etnocidade, vimos que por muitos, foram consideradas a existência de duas sociedades distintas, a primeira considerada aquelas sociedades com escritas como sendo aquelas com pertença a história e as inversas (selvagens) com pertença a etnologia na qual os etnólogos vão lhes estudar por aquilo que não tem, como é caso da (história, verdade e ainda Estado).
Neste modo de pensar, as comunidades não ocidentais, foram consideradas bárbaras, sem história, devido a etnocentrismo ocidental pela não consideração da relação entre a unidade e a diversidade humana que para Claude Lévi-Strauss referenciado nesta obra, chamou de sociedades historiografávies e sociedades etnografáveis.
Mas mesmo assim, como o nosso objectivo é de despertar o máximo possível qual foi a transcorria deste povo o chamado de culturas exóticas, sociedade sem escrita, sem ciência nem a técnica, chega-se de se concluir que a retórica antropológica no fundo, ela divide os homens em dois mundos diferentes, irreconciliáveis no tempo e no espaço, na qual a Europa, situa-se num espaço privilegiado, visto que foi dela que consideraram aqueles povos que praticam uma dada cultura fora dela, chamando-os de bárbaros.
Como prescrevem os antropólogos das luzes “a humanidade é una, é imutável” o que implica dizer que o homem não muda mais sim a sociedade, prospectar-se-á a história por Voltaire como uma civilização humana e não providencialista como os outros a concebia.
Falar-se da liberdade de um povo, dá-se entender a prior, que se trata de um povo que antes encontrava-se sob jugo de uma colonização e a esses serem feitos de reféns.
Para o caso de África, como afirmam alguns pensadores que ao longo da obra debruçamos, pode ser resumir que: o colonizador viu neste povos a não responsabilidade pelas terras por não ocupados, a falta da técnica e da ciência.
Vai ser neste raio de pensar que talvez pela falta da cientificidade que a nossa sociedade viu-se impugnado pelo regime ocidental. Se admitirmos que fomos colonizados pela falta da cientificidade e da escrita, será que ao resgata-lo este dilema que fez de um povo poderoso e do outro não ocidental meio-homem, temeríamos aquilo que chamamos de independência ou liberdade?
 Ou pelas independências que a África veio comemorando desde os anos 60, pode se dizer que se encontram livres? Esta obra, procura compreender o percurso que a África tomou desde as suas primeiras manifestações contra o ocidente.
Se se admitir que a opressão, ou mesmo, a nossa colonização justificou-se pela falta da técnica e da ciência, implica que recorremos a esses meios e que, se a escravatura se resumiu que nós éramos tão habilidosos ou que naturalmente escravos, isso implica também que façamos dessa, como um meio para atingirmos e gozarmos a nossa dignidade.
A desvalorização da nossa raça, chegando de se considerar como inferiores e muitas outras formas de opressão, levaram a africanos a busca sua liberdade dado a este fenómeno surgem vários movimentos como é o caso da Negritude, sendo como uma forma de resgatar a imagem dos africanos perdida durante a colonização.
Neste raio de pensar, nesta obra, foi referenciado que para Senghor prescreve que, será da libertação cultural, que se pode gozar da liberdade política e faz uma avaliação da civilização Africana tradicional.
Durante o desenvolver desta obra, no que diz respeito a personalidade africana, chegar-se-á de perceber que a Unidade Africana ou a ideia de que a África se unisse formando uma só nação parte do Nkrumah e a valorização da quilo que somos e que seremos foram por cá ressaltados por Blyden ao afirmar que, se não formos nós mesmo, a valorizar a nossa cultura, raça entre outros aspectos, nenhum irá valorizar-nos.
Dai que, cabe à cada de nós como africano numa perspectiva individual e colectiva valorizar por aquilo que somos e possuímos, e que nenhum outro povo vira exaltar aquilo que somos. Foram dessas e doutras formas que se concretiza ao mais alto nível alguns movimento sendo a destacar a Negritude.
Tomando em consideração, no que diz respeito a existência da filosofia africana, viu-se inúmeras críticas sobre a questão da existência da mesma, na qual ao decorrer desta obra, tentou fazer-te conhecer e de acordo com a sua capacidade de senso, enveredares por aquelas que as considerares como as que se aproximam da verdade.
Sendo que para além do crítico, Hountondji, destaca-se também a corrente hermenêutica sobre a filosofia africana elaborado por etno-filosofia, visto que para esta corrente, a filosofia africana é um projecto do futuro e que para a realização desta, o sujeito far-se-á passar pela mesma corrente.
Tem-se referenciando que a falta de uma literatura escrita, não autoriza a afirmação da existência da filosofia no pensamento tradicional africano e que só pode se justificar como filosófico o que a Europa Ocidental oferece como filosofia.
Como prescrevemos nesta obra, podemos dizer que a liberdade que a África tem hoje, é o fruto de vários movimento que tendiam a um mesmo objectivo a “liberdade” como é o caso do Pan-Africanismo, Socialismo, Negritude, Etno-filosofia, Filosofia Critica ou Hermaneutica e que, o que resta de hoje para em diante a liberdade económica o que nos vem a submissão do pobre pelo rico.
Podemos estar convencidos que gozamos de uma liberdade, e se assim for, talvez seja pela ausência física na câmara dos governantes aqueles que os consideramos opressores, mas entre nós vimos e vivemos em cada momento da nossa vida, algo que se afasta daquilo nos prescrevemos como povos livres. Será deste modo que se pode dizer que: o facto colonial desapareceu oficialmente: mas ele permanece efectivamente entre nós, através de uma cultura que se opõe e se impõe às culturas autóctones, oposição e imposição que está na base da aspiração a liberdade.        
  


Bibliografia
Ngoenha, Severino Elias. Filosofia Africana - Das Independências Às Liberdades. Edições  Paulista-África, Maputo, 1993

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabens! Optima reflexão. O pensamento do nosso NGOENHA merece ser estudado como guia importante ao nosso filosofar africano. A este grande pensador dediquei um estudo reavaliando exactamente esta obra, num trabalho, a sair esta semana ao publico de lingua portuguesa, que intitulei " DAS INDEPENDÊNCIAS ÀS LIBERDADES. FUTURISMO E UTOPIA NA FILOSOFIA DE SEVERINO ELIAS NGOENHA, Chiado Editora, Lisboa, 2017" ( trad. it. DALLE INDIPENDENZE ALLE LIBERTÀ. FUTURISMO E UTOPIA NELLA FILOSOFIA DI SEVERINO ELIAS NGOENHA, Mimesis edizioni, Milão, 2013).

    Afonso Mário Ucuassapi
    ( afonsomario.ucuassapi@uniroma1.it )

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  3. Caro Afonso Mario Ucuassapi, gostaria de ter o seu trabalho.

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